Gravação do CD "Quarteto", do guitarrista Silvio de Campos
Trabalho de música instrumental brasileira, calcado na forma JAZZ de se tocar, ou seja, com muita improvisação com todos tocando juntos, gravando ao vivo. No CD há sambas, maracatu, baião, jazz em 3/4... Essa gig fez vários shows nos clubes de jazz de São Paulo, que foi aonde aprendíamos as músicas que seriam gravadas. Ao chegarmos no estúdio, estávamos todos seguros com os temas, então o álbum foi gravado em apenas um dia, metade das músicas no 1o take, algumas no 2o e apenas uma fizemos 3 takes de gravação. A formação foi: guitarra, baixo, sax e flauta, bateria.
Sobre o Kit
Minha intenção foi montar um kit híbrido, com algumas peças de percussão acopladas para manter a concepção brasileira dentro dos arranjos jazzísticos. Explorei timbres com baquetas de madeira, madeira com ponta de nylon, vassourinhas e baquetas de feltro.
Tambores
Utilizei a seguinte configuração: Bumbo 22", Tons de 10" e 12", Surdo de 14" e 2 Caixas, uma de 14"x5,5" e outra de 14"x8". O mínimo que levo para gravar um cd em estúdio são 2 caixas! Possibilidades de timbres diferentes em cada faixa e mudanças de afinação sempre me agradam. Nesse álbum, especificamente, havia músicas bem leves alternadas com umas bem pra frente e mais pesadas. Trabalhando com mais de uma caixa, ficou mais fácil atingir a sonoridade ideal.
Pratos
7 pratos, sendo 4 de condução! O foco estava em apoiar a banda de forma segura, "quebrar tudo" só quando a música pedia. Se a proposta é de improvisação coletiva, ao vivo, não poderia prever que ia quebrar tudo. O ego ficou em casa e cheguei preparado para oferecer diversos timbres de condução diferentes, podendo variar de acordo com a música ou de acordo com os solos de cada instrumentista. O set ficou assim: Hi-Hat de 14", de som dark, definido e com boa projeção; Ride de 20" dark, bem seco, atingindo excelente definição de ping de baqueta; Ride de 20" de sonoridade brilhante, bem melodioso e que coloquei a famosa correntinha para ter aquele som contínuo de "wash"; Ride de 22" híbrido, variando entre o dark e seco e entre brilhante e extremamente aberto, pra somar, uma cúpula avantajada, com som penetrante e definido; Crash de 16" brilhante, de fina espessura com ótima projeção e decay médio; Splash de 06" sobre o Crash, brilhante e com projeção alta, utilizado para efeitos e ataques em convenções e um Splash de 10", dark com decay longo, ótimo para ataques com a mesma função de um Crash.
Peles
Peles de filme simples e transparente em todas as peles de resposta, exceto no bumbo (pele preta). Nas batedeiras, filme simples e porosas na caixa, sem reforço central, para não atrapalhar a movimentação das vassourinhas. Nos tons e surdo pele simples transparente e no bumbo, pele dupla.
Percussão
Tamborim, Cowbell e Agogô, todos acoplados à bateria através de clamps.
Microfonação
Bumbo> 1 mic na pele batedeira, próximo do bumbo e 1 mic no furo do bumbo que faço sempre no centro da pele.
Tons e Surdo> 1 mic em cada tambor
Caixa> 1 mic por cima e 1 mic embaixo para captar frequências da esteira.
Hi-Hat> 1 mic por cima
Overs> 3 mics de over. 2 na frente da batera, por cima, à esquerda e direita. 1 mic atrás do meu banco, exatamente no meio bateria, sobre a minha cabeça.
Ambiência>> 2 mics nos cantos da sala, próximos ao chão e 1 mic no centro da sala, próximo ao teto.
abraço,
Bruno